Notas, impressões, versões e alguma verdade
Em 2002 o então governador goiano Marconi Perillo (PSDB), hoje senador, lançou o Programa de Desburocratização de Goiás. Há até um site com endereço bastante simbólico sobre o programa: www.d.goias.gov.br - na verdade, trata-se do próprio site da Agência Goiana de Administração. A principal medida foi a criação das lojas Vapt-Vupt, que concentram, em um só lugar, todos os órgãos públicos que prestam atendimento direto ao cidadão. Foi uma das medidas acertadas do ex-governador, entre tantos equívocos.
O problema é que, assim como o restante do país, Goiás não desburocratizou. Os entraves para a solução dos problemas impostos pelo Estado ao cidadão continuam infinitamente superiores às tímidas iniciativas em contrário. Pois vamos ao exemplo prático.
Tive a infelicidade de esquecer de pagar a conta de luz. Nesta segunda-feira, ao chegar em casa no meio da tarde, a energia estava cortada. Voltei ao banco, paguei a fatura e, como os números para contato com a Celg, a Companhia Energética de Goiás, são 0800, liguei do primeiro telefone público que encontrei. O primeiro problema foi justamente completar a ligação - caiu quatro vezes antes que eu pudesse comunicar o pagamento à gentil e robótica atendente. Ao terminar o inquérito sobre minha vida, o robozinho do outro lado disse que eu não poderia requerer a religação de emergência - o que significa retorno em quatro horas - por estar falando de um orelhão. Teria que solicitar somente a ligação normal, realizada em 24 horas, ou encontrar um telefone fixo que não fosse público para pedir urgência. O robô, claro, não soube me explicar o motivo da exigência, afinal, eles não são pagos para informar nem resolver nada. O mais incrível é que a pessoa me disse que eu poderia ligar de qualquer telefone, da padaria, do boteco, do hospital, enfim: não podia ser telefone público, mas podia ser um telefone qualquer que fizessem a gentileza de me emprestar.
Fiz como determinado mas, não satisfeito, tentei obter uma explicação lógica para tamanha burocracia. Mas, depois de 17 tentativas de contato com a ouvidoria da empresa - o número estava sempre com as linhas ocupadas -, desisti e me lembrei do lema do serviço público brasileiro: pra que facilitar se é possível complicar?
O problema é que, assim como o restante do país, Goiás não desburocratizou. Os entraves para a solução dos problemas impostos pelo Estado ao cidadão continuam infinitamente superiores às tímidas iniciativas em contrário. Pois vamos ao exemplo prático.
Tive a infelicidade de esquecer de pagar a conta de luz. Nesta segunda-feira, ao chegar em casa no meio da tarde, a energia estava cortada. Voltei ao banco, paguei a fatura e, como os números para contato com a Celg, a Companhia Energética de Goiás, são 0800, liguei do primeiro telefone público que encontrei. O primeiro problema foi justamente completar a ligação - caiu quatro vezes antes que eu pudesse comunicar o pagamento à gentil e robótica atendente. Ao terminar o inquérito sobre minha vida, o robozinho do outro lado disse que eu não poderia requerer a religação de emergência - o que significa retorno em quatro horas - por estar falando de um orelhão. Teria que solicitar somente a ligação normal, realizada em 24 horas, ou encontrar um telefone fixo que não fosse público para pedir urgência. O robô, claro, não soube me explicar o motivo da exigência, afinal, eles não são pagos para informar nem resolver nada. O mais incrível é que a pessoa me disse que eu poderia ligar de qualquer telefone, da padaria, do boteco, do hospital, enfim: não podia ser telefone público, mas podia ser um telefone qualquer que fizessem a gentileza de me emprestar.
Fiz como determinado mas, não satisfeito, tentei obter uma explicação lógica para tamanha burocracia. Mas, depois de 17 tentativas de contato com a ouvidoria da empresa - o número estava sempre com as linhas ocupadas -, desisti e me lembrei do lema do serviço público brasileiro: pra que facilitar se é possível complicar?
PS: Publicado também em Chame o Gerente.
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