Como diz Rogério Galindo no texto abaixo, não deixa de ser curioso: um pai não pode autorizar seu próprio filho a fazer tatuagem - uma intervenção, por óbvia, inconstitucional no pátrio poder e que deve cair na Justiça assim que a lei for sancionada, se é que o governador Beto Richa vai compactuar com essa bobagem. Mas pode ir para a cadeia caso a redução da maioridade penal seja aprovada no Congresso. Isso revela, mais uma vez, o despreparo de nossos políticos e a tentativa nunca antes vista dos parlamentares conservadores (o autor da proibição é o deputado Pastor Gilson de Souza (PSC)) de tornar coletivas crenças pessoais. Eu, se tivesse filho, desafiaria sem receio a estupidez do Estado e o autorizaria, caso desejasse, a fazer a tatuagem que bem entendesse. Ou não. Mas a decisão seria minha e não do Estado. Por outro lado, vale lembrar que, recentemente, a própria Gazeta revelou que menores de idade são responsáveis por apenas 3% dos crimes graves em Curitiba. Mas, claro, o número pode aumentar caso esse mesmo jovem seja enclausurado em nossas fábricas de bandido. É só aguardar. E relembrar, no futuro, os nomes dos parlamentares, em todos os níveis, que estão contribuindo no presente para construir uma sociedade retrógrada, preconceituosa e intervencionista. Bem do jeito que os comunistas, tão combatidos por esses mesmos grupos, gostavam.
Da Gazeta do Povo
Jovem não pode fazer tatuagem, mas pode ir para a cadeia?
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Valterci Santos / Gazeta do Povo |
Não deixa de ser curioso. Ao mesmo tempo em que se discute no Congresso (e no país todo) a redução da maioridade penal, há uma votação na Assembleia Legislativa para proibir adolescentes de fazer tatuagens.
Na Assembleia, a proibição à tatuagem ganhou com 36 votos a sete. O argumento é de que essa é uma marca permanente, e que o adolescente pode sofrer as consequências pelo resto da vida. Ele não seria maduro o suficiente para decidir.
Leia o texto completo na Gazeta.
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