A nota é uma reação à prisão do delegado Rubens Recalcatti pelo Gaeco, sob acusação de ter executado um suspeito de assassinato de um parente. Em claro tom de enfrentamento, Rolin e Silva afirma que esteve pessoalmente, antes da operação, com o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacóia, colocando Recalcatti e equipe à disposição para esclarecimentos. Diz ainda que "Promotores que integram o GAECO sequer têm noção do que é um confronto, pois suas ações só são desencadeadas contra pessoas responsáveis, com endereço fixo e profissão definida, e que jamais oporão resistência ou atentarão contra a integridade física dos executores".
O documento, divulgado no dia em que a Gazeta do Povo publica o resultado do laudo da morte do suspeito, Ricardo Geffer,, afirma ainda estar em curso uma crise entre as duas instituições. "Mais uma vez desafio o Procurador Geral de Justiça a abrir os arquivos da Corregedoria do Ministério Público do Paraná para que a sociedade possa verificar qual das duas instituições é mais rigorosa no trato com desvios de conduta de seus membros", conclui o Sidepol.
(Contatado pelo blog, o Ministério Público, por meio da assessoria de imprensa, informou que não iria comentar o conteúdo da nota. Informação adicionada às 17h56)
Leia a nota completa abaixo - os grifos são originais
Nota de esclarecimento ao público sobre a Operação Aquiles
Sobre a mais recente operação do GAECO-Curitiba, batizada de operação Aquiles, repudiamos veementemente a prisão ilegal do Delegado Rubens Recalcatti e dos Investigadores que participaram da operação policial que resultou em confronto e morte de Ricardo Geffer, pois mais uma vez, á semelhança do Caso Tayná, adotou-se a postura de utilizar a prisão dos Policiais como mecanismo de tortura psicológica na tentativa tosca de obter uma delação premiada.
O Delegado Rubens Recalcatti é um Policial corajoso e dedicado, que sempre honrou a confiança que a sociedade lhe depositou. Antes de desencadear a operação policial que resultou no confronto e morte do infrator, ele solicitou o apoio do GAECO, e a resposta foi no sentido de que o GAECO não iria se envolver.
Como Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná, antes da tal operação Aquiles, estive em reunião com o Procurador Geral de Justiça Dr. Gilberto Giacóia e relatei que o Delegado Rubens Recalcatti e todos os Investigadores que participaram da operação que resultou no confronto estavam a disposição para prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.
O próprio Dr. Rubens Recalcatti esteve pessoalmente conversando com o Procurador Geral e com o Corregedor do Ministério Público, se dispondo a prestar as informações necessárias. Não nos opomos às investigações do fato, mas classificamos a prisão do Delegado e dos Investigadores como medida midiática, desnecessária, arbitrária, insana e covarde.
O método de reconhecimento utilizado contra os integrantes da Polícia Judiciária é completamente diferente do método utilizado no reconhecimento dos Policiais do GAECO que também foram acusados de tortura no caso Robson Vieira.
No local do confronto que resultou na morte de Ricardo Geffer, os celulares dificilmente funcionam. Promotores que integram o GAECO sequer têm noção do que é um confronto, pois suas ações só são desencadeadas contra pessoas responsáveis, com endereço fixo e profissão definida, e que jamais oporão resistência ou atentarão contra a integridade física dos executores das medidas; ainda que estas MEDIDAS sejam arbitrárias e injustas.
Todavia, os reiterados abusos poderão resultar em uma tragédia sem precedentes.
Mais uma vez se percebe que o GAECO desencadeará ações visando desestabilizar a administração do atual Secretário de Segurança Pública, pois o Procurador Leonir Batisti alimenta o grande sonho de um dia ocupar o cargo, mas ele sabe que mantém oculto “um tendão de Aquiles”.
Desafiamos, novamente, os Promotores do GAECO a discutir publicamente o Caso João Marcos, o Caso Tayná e o Caso de tortura ocorrido dentro das dependências do GAECO. Neste caso, investigado pelo próprio GAECO, pediu o arquivamento do feito alegando que não havia indícios de tortura realizadas pelo GAECO. Uma comédia.
O Procurador Geral demonstra preocupação para que não seja instalada uma crise. A crise já está instalada e a resposta das Entidades de Classe será justa, porém dura e implacável. Para atingir a honra e a dignidade de nossos Policiais, o acusador deve ter no mínimo qualificação moral e vida íntegra, o que não é o caso de alguns promotores e procuradores.
Casos como da Promotora do GAECO de Londrina e do promotor Henrique Bolzani e companhia, jamais chegariam ao conhecimento público se o secretário de segurança fosse um promotor ou procurador de Justiça.
Quando um Delegado de Polícia ou Coronel da Polícia Militar, é o secretário de segurança, torna-se mais difícil aos membros do Ministério Púbico a ocultação de seus crimes, razão pela qual desejam que esteja a frente da pasta da segurança pública um promotor de justiça, preferencialmente omisso e covarde, para constranger as Polícias ao silêncio absoluto no que se refere aos crimes do Ministério Público.
Mais uma vez desafio o Procurador Geral de Justiça a abrir os arquivos da Corregedoria do Ministério Público do Paraná para que a sociedade possa verificar qual das duas instituições é mais rigorosa no trato com desvios de conduta de seus membros.
15 de outubro de 2015.
Claudio MARQUES Rolin e Silva
Delegado de Polícia
Presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná
Coordenador Geral de Ações da Comissão de Direitos Humanos Irmãos Naves
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