O primeiro grande constrangimento internacional de Michel Temer se deu em sua primeira agenda fora do país. E o aparente incômodo do peemedebista nas fotos oficiais no encontro do G-20, na China, tinha razão de ser. Sua foto com o presidente anfitrião Xi Jinping na página oficial do G-20 no Facebook recebeu mais de 189 mil manifestações. A esmagadora maioria com um emoticon literalmente vomitando.
Temer pode fingir que não se importou. Mas submeter um dos maiores líderes mundiais a este vexame, sem nenhuma sombra de dúvida, coloca o atual mandatário brasileiro como persona non grata em futuros encontros internacionais. Nada de se admirar se tais encontros forem reduzidos, ao menos, momentaneamente.
Dentro do país, a situação não é muito diferente. Depois de provocar os brasileiros alegando que os protestos contra sua presença no Planalto eram coisa de 40 pessoas, Temer foi obrigado a assistir, ainda que de longe, as ruas do país serem tomadas por pessoas pedindo eleições diretas. Coube ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ainda na China, admitir que o protesto foi "substancial". Cientistas políticos já avaliam que a provocação e a violência policial, especialmente a paulista, contra os manifestantes, com tiros e atropelamentos, pode dar ainda mais combustível para as massas.
A consequência disso, como não poderia deixar de ser, é que já tem político que marchou nas trincheiras da derrubada de Dilma Rousseff junto com o vice afirmando que, se as manifestações se intensificarem, não será surpresa a adesão dos parlamentares à ideia de novas eleições. "Deputado não fica com governo fraco", disse-me um desses políticos.
Enquanto isso, novos protestos estão sendo agendados pelo país. Saber lidar com eles é a única chance de Temer se segurar no posto que conquistou de forma pouco agradável à democracia.
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