A Editora Record entrou com
recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro solicitando a
liberação do livro "Diário da Cadeia - Com trechos da obra
inédita "Impeachment". A circulação do livro foi
proibido pela Justiça devido ao autor se autointitular "Eduardo
Cunha".
Apesar de, já na capa, o nome de
Eduardo Cunha vir seguido do termo "Pseudônimo", a Justiça
entendeu que a obra poderia causar confusão no leitor, já que
existe a expectativa de que o próprio ex-deputado Eduardo Cunha,
preso em Curitiba, escrever um livro sobre o tema impeachment.
Em comunicado à imprensa, a
Record alega que "jamais divulgou que o livro é uma
autobiografia ou algo do gênero. Do mesmo jeito, fica claro na capa
que o autor não é o senhor Eduardo Cunha, mas, sim,um pseudônimo,
recurso artístico bastante antigo".
A editora afirma ainda que o tema
do livro é um romance e que "vê com grande preocupação o
impedimento à circulação de uma obra ficcional".
Leia um trecho da obra:
“Hoje cruzei com o Pallocci.
Teve a coragem de colocar a mão em mim e disse que vai ficar tudo
bem. Para os do PT nunca mais vai ficar. Eu conheço a história
política desse país abandonado por Deus, então vou poder mostrar
como os do PT foram se aninhando no poder e tomando conta de tudo. Os
do PT adoram o Estado cuidando da vida dos outros.
Agora o Estado está trazendo
todos presos aqui. Bem feito.
Escolhi a primeira frase do meu
livro, uma citação: ‘A história vai ser gentil comigo, pois vou
escrevê-la’. Winston Churchill.
Se estou hoje aqui, por causa dos
do PT, também tenho essa missão. Resolvi começar meu livro
Impeachment com o PC Farias para mostrar que não está todo mundo a
salvo. Já caiu a Dilma, o Temer não está tão protegido como acha.
Não recebi nenhum recado até agora, mas os rapazes de serviço não
querem falar comigo e o advogado claro sabia que estavam gravando.
Uma dificuldade por aqui:
contratar serviços.
Ainda não consegui organizar
tudo porque estou completando a leitura. Deus está comigo nessa
missão.”
Leia a nota da Editora Record:
"A Editora Record informa que interpôs, na última sexta-feira, 7
de abril, recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
solicitando, entre outros pedidos, a liberação do romance "Diário
da cadeia".
Acreditamos que esse é o momento oportuno para alguns
esclarecimentos:
- A editora jamais divulgou que o livro é uma autobiografia ou
algo do gênero. Do mesmo jeito, fica claro na capa que o autor não
é o senhor Eduardo Cunha, mas, sim,um pseudônimo, recurso artístico
bastante antigo;
- O livro está registrado como um romance e começou a ser
distribuído, antes da proibição, como uma obra de ficção para as
livrarias;
- A editora vê com grande preocupação o impedimento à
circulação de uma obra ficcional.
Dessa forma, a Editora Record renova sua mais absoluta crença na
liberdade de criação, na circulação livre e ampla da literatura e
no aspecto desafiador da ficção.
Na verdade, nossa crença é na democracia. Vamos lutar por ela,
por nossos livros e por nossos autores até o nosso último recurso.
Essa é uma das funções mais importantes de uma editora e dela não
abriremos mão."
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