"Enquanto nós, do Movimento Negro, promovemos ações para enfrentar os efeitos da pandemia da Covid-19 nas nossas comunidades e impulsionamos atos globais contra o racismo e a violência policial (após o assassinato de George Floyd e João Pedro), estamos sofrendo ataques injustos, gratuitos e levianos do Presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo.
Nesta terça-feira, 02/06/2020, o jornal O Estado de S. Paulo veiculou o áudio de uma conversa entre Sérgio Camargo e assessores, registrado no dia 30 de abril, com diversas ofensas, palavrões, ameaças, injúrias e ódio contra o Movimento Negro e importante liderança do Distrito Federal. Mais uma vez, Sérgio Camargo destila seu ódio contra a Comunidade Negra e, em especial, a Comunidade Afro Religiosa e Ameríndia do Brasil.
Sérgio Camargo se referiu a uma Mãe de Santo com palavrões, ofendendo-a em sua integridade pessoal e religiosa. Ao ofender Mãe Baiana – uma das maiores lideranças brasileiras de Religiões de Matrizes Africana e Ameríndias – o Presidente da Fundação Palmares prova, mais uma vez, a sua incapacidade de gestão e contradição com o cargo que ocupa.
O atual presidente da Fundação Palmares demonstra não ter consciência racial. O ódio e a perseguição de Sérgio se estenderam de forma agressiva à Capoeira e aos integrantes do Movimento Negro brasileiro. Na conversa, ele afirmou que o Movimento Negro é “escória maldita” (sic) e que a Fundação Palmares não irá atender as demandas das Comunidades Tradicionais de Terreiro, Capoeira e Movimento Negro.
PEDIMOS A IMEDIATA EXONERAÇÃO de quem não nos representa, mas, sim, nos ataca diariamente – presidindo uma organização que deveria estar à frente de todas nossas batalhas e não a serviço de racistas e fascistas com seu ódio contra Negros e Negras, Capoeiristas e Religiões de Matrizes Africanas e Ameríndias.
Portanto, exigimos das autoridades competentes a imediata exoneração de SÉRGIO NASCIMENTO DE CAMARGO do cargo de Presidente da Fundação Cultural Palmares. Pois este não tem capacidade moral, profissional, intelectual e também não tem a impessoalidade necessária para estar à frente da Fundação Cultural Palmares.
Assim, fica evidente o desvio de conduta praticada e sua incompatibilidade com os objetivos e a finalidade da Fundação Cultural Palmares. Por fim, conclamamos o poder legislativo, o poder judiciário, os organismos internacionais e a imprensa para que promovam as ações necessárias para denúncia e responsabilização de Sérgio Nascimento de Camargo.
Grupo Defensores do Axé, formado por lideranças de terreiro e do movimento negro:
Projeto Oníbodê, Ilê Axé Odé Erínlé, Ilê Axé Oyá Bagan, Ilé Aşé Jagun DanB’Ará, RENAFRO-DF, RENAFRO, Manzo Kalla Muisu, Ilê Axé Osun Ypondá Kwé Sem Fá, Ilê Axé Abaloxê Oxum, Ilê Axé Incitomei, Ilè Àse Èfòn Oba Okàn Ojú Omí, Ilé Eiyelê Ogè Asé Ogodo - Asé Osumaré, Casa Akotirene, Sambadeiras de Bimba Filhas De Biloca, Ìlé àşé Ómi Layó., Ilê Ase Gba Mi O Intilé, Kwe Oyá Sogy, BLOCO AFRO RUM BLACK, Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino - OICD-DF, Ilê Asé Ogun Onilê Bo, Ilê Axé Airá Opo Intilé, Instituto Ojú Obá, Terreiro Vô Congo, Centro Espírita Comunitário Pai Joaquim de Aruanda, Abassá de N’Dandalunda, Ilê Asé Mogbá Bi Olà, Ilê Afonjá Axé Opô Inlé, Ilê Odé Axé Opô Inle, Ilê Asé Odé Fun Mi Láyò, Templo Rosa Branca, Ilê Asè Ofà Wurà, Ilè Asé Ijènà Atí Olòfá Omí, Ilê Axé Tojú Lábá, Axé da Casa Amarela - Aladé Osún, Casa de Cultura Ile Asé d’Osoguiã, Ilê ifé imoé d’oxum, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do DF (Cojira-DF), Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), Coletivo Mulheres de Axé do Distrito Federal e Entorno, Abassá de Iansã, Coletivo de Entidades Negras do DF (CEN-DF), Associação Artise de Arte, Cultura e Acessibilidade, Terreiro Tumba Nzo jimona dya Nzambi, Egbé ejíbàrábàjí, Ilê Axé Xaxará de Prata, Associação Cultural Afrobrasileira Vovó Ana de Patos de Minas, Federação Nacional das Associação Quilombolas, Ilê Axé Ero Omim Azirí Tola - Senador Elói de Souza/RN, Nosso Coletivo Negro - NCN e Mulheres de Axé do Recôncavo."
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