Bolsonaro vive um uma bolha e nunca saiu dela. Catapultado ao poder em um momento de profunda insatisfação do país com seus governantes, como salvador da pátria, passou a agir sistematicamente como tal. E essa, felizmente, será sua perdição.
Além de nunca abandonar o palanque, Bolsonaro se revelou um refém e retroalimentador de fanáticos. Terraplanistas, negacionistas, conspiradores, adeptos da invasão da Terra por alienígenas para clonar o "Mito" etc estão entre seus principais apoiadores. E é para este e com este público que Bolsonaro dialoga.
Longe de parecer ruim, isso é um benefício de médio prazo para o país. Ao ignorar a realidade, a inflação, a destruição do meio ambiente, a fuga de capitais, meio milhão de mortos pela Covid-19 e apostar na invasão comunista e no plano chinês para dominar o mundo, Bolsonaro fica cada vez mais isolado sem ter plena noção disso.
Vivendo eternamente em seu cercadinho, ele parece o rei nu. Aplaudido por todos sem ninguém com coragem para dizer que é motivo de chacota, ele acredita ser o próprio rei, talvez um deus. E seus apoiadores, que vivem igualmente em uma bolha contra a "grande mídia esquerdista e os esquerdopatas" também acreditam que representam alguma maioria.
Quando acordarem, felizmente, será tarde. Teremos um país quase destruído, mas recuperável.
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