Última colocada, Angelita é nomeada reitora por Bolsonaro |
Abaixo, nota de repúdio emitida por entidades de professores e estudantes.
"Nota de repúdio contra a
intervenção do Governo Bolsonaro em nomeação de nova reitora da
UFG
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de
Goiás (Adufg-Sindicato), o Sindicato dos Trabalhadores
Técnico-administrativos das IFEs do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo),
o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, a Associação de
Pós-Graduandos da UFG, a Associação Nacional dos Pós-Graduandos
(ANPG), a União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO), a União
Nacional dos Estudantes(UNE) e a Associação de Egressos e Egressas
da UFG repudiam a postura antidemocrática do presidente Jair
Bolsonaro, que decidiu não nomear a professora Sandramara Matias
Chaves como reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), mesmo
tendo sido a mais votada em consulta à comunidade universitária. O
ato de Bolsonaro e seu ministro da Educação desrespeita a vontade
da maioria dos professores, estudantes e trabalhadores
técnico-administrativos da instituição e despreza a autonomia
universitária.
A existência da autonomia universitária
é tão importante que foi colocada na Constituição Federal, em seu
artigo nº 207, como um direito fundamental para o funcionamento das
universidades e instituições federais de ensino. Ela garante uma
gestão independente, livre e plural, administrativamente e na
produção da ciência e do conhecimento a serviço da sociedade,
independente de governos e gestores. Ao desrespeitá-la, Bolsonaro
quebrou uma tradição de décadas, que pode provocar instabilidade
na UFG, e faz parte do projeto político deste Governo e seus
generais que promovem o desmonte da universidade pública e o avanço
do autoritarismo.
Bolsonaro desrespeitou a escolha da
comunidade universitária, assim como desrespeita o povo brasileiro
diariamente, com sua política desastrosa na educação, saúde,
economia, meio ambiente e ciência. Desde o início do seu mandato, o
presidente já escolheu mais de 20 reitores que não foram eleitos de
forma democrática. Trata-se de um enorme retrocesso contra a
democracia da universidade, promovido por um governo que reafirma
diariamente seu perfil autoritário e coloca em risco a estabilidade
do ambiente universitário.
Adufg-Sindicato, Sint-Ifesgo,
DCE, APG UFG, ANPG, UEE, UNE e Egressos reafirmam seu compromisso com
o respeito à vontade legítima da comunidade acadêmica, que fez,
dentro dos marcos legais, sua escolha de quem deveria administrar a
UFG nos próximos quatro anos. As entidades manterão a defesa
intransigente do papel do Estado na garantia do ensino público
gratuito federal no País.
Em defesa da autonomia
universitária! Reitora eleita é Reitora empossada! Fora
Bolsonaro!
Goiânia, 11 de janeiro de 2021"
Atualização: 12/01/2022
Os desdobramentos do caso revelam que a professora Angelita Lima integra o mesmo grupo da candidata mais votada, Sandramara Chaves. Em entrevista a O Popular, Angelita lamentou sua nomeação e ressaltou que o grupo permanecerá unido na gestão da UFG.
Ficou claro que a decisão de Bolsonaro teve como único objetivo confrontar a comunidade universitária. Até porque, Angelita é filiada ao PT, partido que, provavelmente, derrotará o candidato do Centrão nas eleições de outubro.
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