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terça-feira, 23 de abril de 2024

53% dos bancos não têm restrições a investimentos que causam sofrimento animal; Itaú e Nubank estão entre os piores

Itaú e Nubank estão entre os piores bancos brasileiros em relação à preocupação com o bem-estar animal e com sistemas alimentares sustentáveis. É o que revela o relatório “Além do lucro: Revisão Global de Instituições Financeiras em Bem-estar Animal e Sistemas Alimentares”, divulgado pela organização internacional Sinergia Animal, na última segunda-feira. O estudo, que apresenta a questão "Seu banco está financiando a crueldade animal com o seu dinheiro?", fornece uma análise abrangente de 80 instituições financeiras em 22 países, expondo uma defasagem significativa do setor financeiro com relação ao tema.

A avaliação global destaca uma tendência preocupante: apenas 10% das instituições financeiras possuem políticas para desinvestir em práticas que causam sofrimento animal ou para financiar alternativas à base de vegetais, sendo que 53% das instituições avaliadas receberam pontuação zero. Apesar de alguns progressos, com 11 bancos melhorando as suas políticas em comparação a 2023, instituições renomadas como Goldman Sachs e ICBC regrediram em seus compromissos anteriores.

“Atualmente, o nosso mundo enfrenta desafios sem precedentes: a crise climática, os riscos para a saúde pública e o aumento da insegurança alimentar exigem uma ação imediata de todos os setores. Avaliamos o desempenho dos bancos nessas áreas, a partir 21 critérios — desde políticas que proíbem o financiamento das práticas mais cruéis com os animais na pecuária a outras atividades prejudiciais, como o comércio de animais silvestres, testes em animais e o uso indiscriminado de antibióticos. Também levamos em consideração políticas voltadas a sistemas alimentares sustentáveis”, explica Merel van der Mark, que lidera o programa de Bem-Estar Animal e Finanças da Sinergia Animal.

No Brasil, os bancos com maior pontuação foram BTG Pactual com 12% e Impact Bank com 10%. Já no cenário internacional, os bancos Triodos, de Volksbank, Australian Ethical, Rabobank e ABN Amro mantiveram a sua liderança como os cinco bancos com as melhores políticas de bem-estar animal e sistemas alimentares sustentáveis.

O relatório revela que a maioria das instituições financeiras está atrasada com relação aos apelos globais pelo combate à crise climática, pela proteção dos animais e pela transformação dos sistemas alimentares — recentemente ecoados em declarações de importantes órgãos internacionais.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, por exemplo, pediu maior ambição em reforçar a saúde e o bem-estar animal, como um fator significativo para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além disso, a COP28 emitiu uma declaração priorizando sistemas alimentares resilientes e o combate à crise climática. A OCDE atualizou suas diretrizes para incluir provisões para o bem-estar animal e a Organização Mundial de Saúde fez um apelo para que se adotem dietas mais saudáveis, diversificadas e baseadas em vegetais.

“Os bancos têm o poder e a responsabilidade de promover um futuro onde o bem-estar animal, a saúde humana e o combate às mudanças climáticas integrem as práticas econômicas. Este relatório é um alerta para que o setor financeiro priorize a sustentabilidade a longo prazo ao invés de lucros a curto prazo, valorizando o bem-estar animal e promovendo sistemas alimentares mais sustentáveis”, afirma Van Der Mark.

Nubank e Itaú foram contatados, mas não enviaram manifestação até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto e será atualizado caso isso ocorra.

terça-feira, 9 de abril de 2024

Escolas de Goiás serão premiadas pelo Jogo Coopera Cerrado

Goiânia irá sediar, nesta quinta-feira (11), o Encontro Coopera Cerrado, destinado a premiar as escolas participantes da Jornada de Aprendizagem das Ações da Popularização da Produção Rural Sustentável e do Jogo Coopera Cerrado do ano de 2023. O evento vai acontecer na Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), às 9h, e contará com a participação de representantes de cada escola – estudantes e professores – e algumas instituições parceiras, como prefeituras e Secretarias de Educação do estado.

Todas as escolas que participaram da jornada e realizaram as missões e desafios propostos pelo Jogo Coopera Cerrado vão ser premiadas na ocasião, sendo 10 escolas no estado de Goiás:

  • Escola Municipal Maria Bárbara Sucena
  • Escola Municipal Geraldo Rezende Mendonça - Ladico
  • Escola Municipal Geraldo Silvio de Lima
  • Centro de Ensino em Período Integral Dom Veloso
  • Escola Municipal Celina Leite Guimarães Mattos
  • Escola Municipal Rio Paraíso III
  • Escola Municipal Ponte de Pedra
  • Escola Estadual Dona Iayá
  • Escola Municipal Feliciana Ivo Pereira
  • Escola Municipal Ulisses Guimarães

Os patamares de premiação consistem nos níveis Básico, Top e Super, com o valor do prêmio começando a R$2 mil e podendo ir até R$8 mil. Além disso, as escolas premiadas na categoria Super, e que tenham realizado interações com outras instituições, ganham um valor adicional de R$10 mil, classificando-se na categoria Super Sustentável, premiação destinada a uma escola por estado.


Com isso, o Jogo não se torna uma competição, mas uma colaboração entre os participantes e as escolas. Ou seja, quanto mais elas cooperaram e compartilharam benefícios entre si e entre a comunidade escolar, mais pontuam. Em maio, as escolas que alcançaram a categoria super sustentável serão premiadas em um evento em Brasília.


Sensibilização nas escolas


As Ações de Popularização da Produção Rural Sustentável tem como objetivo sensibilizar estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio de escolas públicas, do campo e urbanas, sobre a temática sustentável. As atividades consistem em vivências, oficinas, atividades de imersão e de trocas de experiências, com características específicas para cada faixa etária.


Por meio da Jornada de Aprendizagem, que é constituída por 6 etapas, crianças e jovens são inspirados a refletirem sobre o senso de pertencimento à natureza no bioma Cerrado, seu papel na preservação e conservação dos recursos naturais, na promoção da produção rural sustentável e de baixa emissão de carbono e a sua relação com o território, a escola e a comunidade.