A natural histeria da mídia em relação ao agora famoso jogo Baleia Azul já tem seu primeiro resultado: milhares de jovens que nunca tinham ouvido falar do assunto estão curiosíssimos para conhecer - e participar? - o negócio. Basta jogar o tema em qualquer mecanismo de pesquisa para se verificar.
Isso significa que o assunto deveria ser ignorado? Evidentemente que não. O grande problema é a tentativa de se encontrar participantes, a busca desesperada por um caso de suicídio ou tentativa vinculados ao jogo para estampar as manchetes.
Claro que é válida a preocupação da imprensa e das autoridades. A prefeitura de Curitiba e o governo do estado mobilizaram suas estruturas para orientar pais e identificar possíveis "curadores", os responsáveis por repassar as bizarras tarefas aos participantes.
Mas o fato é que não parece ser tão fácil assim participar do Baleia Azul. O Júlio Boll, do blog Bad, bad server, da Gazeta do Povo, fez o melhor trabalho até agora para contribuir com a discussão. Passando-se por adolescente, tentou por um bom tempo ser aceito em um dos vários grupos supostamente do jogo. O que encontrou foi apenas pessoas aproveitando a onda e publicidade gratuitas para conseguir seguidores e até mesmo para orientar os jovens que efetivamente gostariam de entrar no jogo.
Enfim, vale o alerta, mas não é para tanto. O problema da depressão, incompreensão e (supostas) tentativas de suicídio entre adolescentes vai muito além disso.