"Comunico q apaguei o tuíte de 2017 onde elogiei o filme do Danilo Gentili. Confesso q não me recordo da cena q faz apologia à pedofilia, devo ter saído p/ atender telefone. Se tivesse visto faria o q sempre fiz c/ outros filmes, teria denunciado. Ainda dá tempo, tomando providências", escreveu o defensor da família e dos bons costumes.
À época, ainda bolsonarista, Gentili, apoiado pelos ferozes defensores do "Mito", entre eles, Feliciano, chegou a provocar a demissão de um jornalista da Folha de S.Paulo ao defender a produção, ou seja, não havia nenhum desconhecimento de seu conteúdo, no mínimo, polêmico.
A mudança de atitude do pastor se deve exclusivamente ao rompimento do humorista com o bolsonarismo, fato ocorrido já há algum tempo. Isso fez com que o governo passasse a usar sua estrutura persecutória, como o Ministério da Justiça já fez outras vezes, para enquadrar o novo desafeto. O ministro Anderson Torres, aquele que tem trocado o comando da Polícia Federal sempre que algum aliado é ameaçado de investigação, incluindo a própria família Bolsonaro, disse que já determinou providências contra o filme - repetindo, cinco anos depois que ele foi às telas.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que também nada faz para defender ninguém diante das barbáries que se comete diariamente nesse país contra as minorias, também se diz, agora, indignada.
Assim funciona esse desgoverno, sempre uma farsa. Navegam conforme os ventos das mídias sociais, sem qualquer planejamento, qualquer linha de atuação definida, sem qualquer profissionalismo. Tentam diariamente, reescrever a história, apagar a memória, mudar de lado confirme as conveniências, sem qualquer pudor.
Possuem uma massa de idólatras que seguem cegamente seus posicionamentos. Valem-se disso para tentar transformar em fatos posições fantasiosas, repetidas roboticamente pelos iletrados que os defendem.
Mas esquecem-se que o país tem memória.