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quarta-feira, 3 de abril de 2019

"Educadora" bolsonarista defende agredir bebês com vara porque "está na bíblia"

Bolsonarista defende agredir bebês pecadores (Reprodução)
Nos últimos dias vem causando espanto em pais e mães uma série de vídeos da educadora Simone Quaresma que têm circulado pelas mídias sociais, em que ela divulga seu livro O Que Toda Mãe Gostaria de Saber Sobre Disciplina Bíblica. Neles, a escritora e palestrante evangélica defende o castigo físico até em bebês, já que, segundo ela, os filhos "precisam de disciplina porque são pecadores".

Segundo revelou o site Pragmatismo Político, após questionamentos de pais e mães, chocados com os ensinamentos, os vídeos foram bloqueados para acesso, mas alguns deles ainda podem ser vistos no perfil da escritora no Facebook.

Veja o que diz a religiosa em um deles: “Se você tá falando com um bebê com menos de 1 ano de idade, às vezes, você precisa só dar uma chacoalhadinha nele, um tapinha na mão, na coxinha dele, pra que ele acorde. Mas com o passar do tempo, ele vai começar a entender. E quando você perceber que ele está entendendo, a coisa tem que ser mais incisiva, e largar esses ‘sustinhos’ pela vara mesmo".

Em outro trecho, deixa claro que a agressão deve provocar dor:

“Não, a aplicação da vara não depende do temperamento da criança. A criança pode ter o temperamento que ela quiser, o uso da vara é mandamento bíblico pra toda e qualquer idade, pra todo e qualquer temperamento. O objetivo é fazer com que doa".



Em seu site, Simone se autointitula como "professora de educação fundamental, por formação. É colaboradora do blog Mulheres Piedosas e dá palestras para mulheres, abordando questões que envolvem a vocação feminina. Deixou a carreira para se dedicar aos quatro filhos que tem com seu esposo, Orebe Quaresma, pastor da igreja Presbiteriana Ponta D’Areia, no Rio de Janeiro."

Em seu perfil, a escritora faz questão de deixar claro também seu apoio a Jair Bolsonaro, com fotos em que aparece, à época da campanha eleitoral, defendendo voto no ex-militar, encostado pelo Exército por indisciplina.

Como tem sido comum pela guerrilha virtual promovida por adeptos de Bolsonaro, mães que criticaram o posicionamento agressivo de Simone passaram a ser ameaçadas nas redes. 

"Como eu tenho uma rede social com um número expressivo de mães, compartilhei e pedi que elas denunciassem essa mulher. A partir do momento em que se compartilha ensinamentos em uma rede social pública, incitando a violência doméstica, isso se torna uma ofensa à lei e à integridade física das crianças. Depois de criticá-la, recebi ameaças à minha família, a meu filho… Isso me chocou muito. Os vídeos continuam salvos no perfil dela, mas ela bloqueou o acesso após as denúncias”, desabafou uma mãe, conforme o Pragmatismo Político.

Apesar de defender a agressão física a crianças, Simone pede cautela: “Em primeiro lugar, a gente precisa ter cuidado com isso, porque, sabe como é, hoje em dia os pais não têm direitos mais. Mas não tem como você criar filhos da maneira como você acha, como você quer, tem que ser como a bíblia manda.”


Em outro vídeo, Simone ainda recomenda que os pais não devem sentir pena de crianças com atrasos cognitivos leves ou deficiência física, e diz que eles devem orientar as crianças a não comentarem com outros adultos os castigos físicos que sofrem dentro de casa. A educadora ainda sugere que os pais agridam seus filhos sem deixar marcas.