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terça-feira, 20 de agosto de 2024

TSE adota medidas rigorosas para combater a desinformação durante a campanha eleitoral

Foto: rafapress/shutterstock
Faltando dois meses para as eleições municipais, nos 5.568 municípios brasileiros, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou novas medidas contra a desinformação, e promete intensificar o combate às notícias falsas durante o período eleitoral. Com o primeiro turno marcado para o dia 6 de outubro, a preocupação com o assunto tem ocupado a agenda da ministra Carmen Lúcia. 

Entre as iniciativas anunciadas pela justiça, está o serviço telefônico 1491, canal criado para que os cidadãos possam denunciar, de forma gratuita, qualquer tentativa de propagação de notícias falsas. O novo canal faz parte do esforço do Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia, órgão do TSE dedicado a monitorar e verificar a procedência dessas denúncias.


Wallyson dos Anjos, especialista em Direito Eleitoral, ressalta a importância sobre o papel que a Justiça Eleitoral assumiu sobre combater a desinformação: “O papel da Justiça é muito importante para garantir que os eleitores recebam informações corretas e possam tomar decisões fundamentadas. A atuação do TSE tem o objetivo de criar um ambiente eleitoral transparente e justo, onde a manipulação por meio de notícias falsas seja mínima e a integridade do processo seja preservada”.


Após receber uma denúncia, o Centro Integrado encaminhará o caso para a Polícia Federal ou para o Ministério Público Eleitoral, que serão responsáveis por investigar e tomar as providências cabíveis. Além disso, a presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, anunciou que a Polícia Federal disponibilizará um painel aberto ao público para o acompanhamento das denúncias recebidas e das ações tomadas em resposta.


Para especialistas em direito eleitoral, o combate à desinformação é essencial para garantir que o processo eleitoral ocorra de forma democrática e transparente. O Vice-Presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB do Piauí, Wallyson Soares dos Anjos explica que a desinformação é baseada em informações enganosas criadas com o objetivo de manipular a opinião pública O advogado especialista em Direito Eleitoral, ressalta que a desinformação pode influenciar negativamente: “É fundamental combater a desinformação porque ela pode distorcer a percepção dos eleitores e influenciar os resultados das eleições de forma errada”.


O especialista ainda ressalta a importância da atuação das autoridades nesse processo: “A desinformação compromete a democracia ao permitir que decisões importantes sejam baseadas em informações falsas. A atuação rigorosa das autoridades eleitorais é essencial para que o processo eleitoral se mantenha justo. Para garantir eleições justas, é importante que as informações sobre o processo eleitoral sejam corretas e verificáveis. As autoridades precisam sempre monitorar e combater qualquer notícia falsa para que os eleitores possam confiar nas informações recebidas”.


As medidas anunciadas refletem o esforço contínuo do TSE em enfrentar a disseminação das Fake News, um desafio que tem se intensificado com o avanço das redes sociais e a velocidade de propagação de notícias falsas. Fiscalizar cada publicação feita por minuto nas várias redes sociais e por centenas de milhares de candidatos e apoiadores, não é uma tarefa simples, o quer exige esforço coletivo, e isso inclui a sociedade, que precisa saber identificar o que é desinformação, notícia falsa, e propagação de ódio na internet. 


Propagar fake news pode ser considerado crime no Brasil, dependendo do contexto e das consequências da disseminação da informação falsa. Existem várias leis que podem ser aplicadas para punir quem cria ou compartilha notícias falsas, especialmente em situações que envolvem a honra, a imagem ou a integridade de pessoas ou instituições.


De acordo com o Código Penal, é crime de calúnia (Art. 138) atribuir falsamente a alguém a prática de um crime pode resultar em pena de detenção de seis meses a dois anos, e multa; crime de difamação (Art. 139), difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, e pode resultar em pena de detenção de três meses a um ano, e multa, assim como injúria (Art. 140), que é ofender a dignidade ou o decoro de alguém pode resultar em pena de detenção de um a seis meses, ou multa. Com base na legislação eleitoral, o especialista esclarece que a pena em alguns casos é ainda mais dura. 


Com base na legislação eleitoral, Wallyson esclarece que a disseminação de informações falsas sobre o sistema eleitoral ou a integridade das urnas pode levar a penas ainda mais severas: "A legislação eleitoral tem penas mais rígidas para a propagação de informações falsas que possam comprometer a confiança no processo eleitoral ou no funcionamento das urnas. Isso inclui qualquer ato de desinformação que possa desestabilizar a confiança pública na justiça eleitoral e no processo de votação."


Além dessas penas, a legislação também prevê penalidade mais grave para aqueles que disseminam notícias falsas sobre o sistema eleitoral ou a integridade das urnas: “A legislação eleitoral tem penas mais rígidas para a propagação de informações falsas que possam comprometer a confiança no processo eleitoral ou no funcionamento das urnas. Isso inclui qualquer ato de desinformação que possa desestabilizar a confiança pública na justiça eleitoral e no processo de votação”.


A disseminação de fake news nas redes sociais e outros meios digitais é especialmente preocupante, e tem levado à discussão sobre a necessidade de leis mais específicas para regular essa prática. Recentemente, iniciativas como o Projeto de Lei das Fake News (PL 2.630/2020) têm buscado criar um marco regulatório para combater a desinformação no ambiente digital. 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Como a Inteligência Artificial é usada para distorcer narrativas e manipular a opinião pública em tempos de eleições

(F: Freepik)
Em fevereiro de 2024, o TSE regulamentou uma nova medida referente ao uso da Inteligência Artificial (IA) nas Eleições Municipais deste ano. Nos anos de 2018 e 2019, o Brasil foi confrontado por uma onda de notícias falsas, estreitamente vinculada à pandemia de Covid-19 e aos ciclos eleitorais, espalhando-se de maneira veloz pelas plataformas digitais. Apesar de todo trabalho para combater as conhecidas “fake news”, este ano elas voltam a assombrar o público brasileiro e agora com uma arma ainda mais poderosa e perigosa: a Inteligência Artificial, principalmente pela ferramenta que gera conteúdo, o ChatGPT.

O fato é que o TSE tem grande preocupação por conta das eleições municipais e por isso, no dia 27 de fevereiro, proibiu o uso da inteligência artificial nas campanhas eleitorais. A medida foi implementada pela corte após a aprovação de 12 resoluções, sob a relatoria da vice-presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, as quais apontam as normas a serem aplicadas no processo eleitoral deste ano.

Segundo o especialista em cyber segurança e Head de Inovação da Sec4U Fernando Oliveira, sem dúvida existe uma ameaça séria à integridade dos processos democráticos. “O avanço da IA juntamente ao uso indevido dessas soluções, tem impactos reais, para fraudes e na desinformação do público, uma vez que é possível criar vídeos e vozes, as pessoas geram novos desafios para comprovar a veracidade. A proteção da identidade digital de cada pessoa nunca foi tão importante”, ressalta o empresário.  

Entre as mudanças realizadas na Resolução nº 23.610/2019, o TSE proibiu as deepfakes exigindo aviso sobre o uso de IA na propaganda eleitoral, restringiu o uso de robôs para intermediar contato com eleitores (vedando a simulação de diálogo com candidatos ou outras pessoas) e impôs responsabilidade às grandes empresas de tecnologia. Esta medida visa diminuir significativamente a disseminação de informações inverídicas durante as eleições para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todo o Brasil.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Médico desabafa e conta como o 'kit covid' afetou a administração do hospital de campanha

Dr. Malek Imad e equipe do hospital (F: Acervo pessoal)
Nos primeiros momentos de pandemia no país, assim como no resto do mundo, quando pouco se sabia sobre o coronavírus e seu comportamento em relação ao nosso organismo, diversas avenidas de teste com medicamentos e terapias foram exploradas. Quando se tem uma doença tão destrutiva agindo de maneira rápida e sem controle é normal que se considerem diferentes caminhos, como foi o caso da hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina no começo de 2020.

“Conforme o tempo foi passando, com novos dados e entidades sérias se posicionando contra a eficácia destes medicamentos, como médico, não podia responsavelmente indicá-los à pacientes já tão debilitados”, comenta o doutor Malek Imad, especialista em medicina de Urgência e Emergência, sobre a sua experiência administrando um dos hospitais de campanha do Estado de São Paulo.

Apesar de ter sido recomendado e até usado em alguns pacientes logo na chegada do coronavírus, o chamado ‘kit covid’, não tem efeitos efetivos contra a doença. A comunidade médica, incluindo a OMS, vem deixando bem claro através de diversos pronunciamentos durante o último ano, que a melhor maneira de evitar a contaminação é através do isolamento, o uso de máscara e depois da sua criação, a vacina.

Claro, existem estudos publicados a favor do uso destes medicamentos, porém, nenhum deles traz um embasamento de pesquisa concreto. “Em qualquer estudo científico, em especial no campo da medicina, existe uma ordem que deve ser respeitada para ter resultados imparciais e corretos,” explica Imad sobre a pesquisa feita pelo médico francês Didier Raoult, publicada em março de 2020, usada por muitos que defendem o uso do kit. “Mas, neste caso a metodologia foi desrespeitada e um resultado obtido desta maneira não pode ser levado a sério, principalmente quando falamos de vidas humanas.”

Desde então, Raoult foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), por promoção indevida de medicamentos. Apesar disso, de certa maneira, o estrago já havia sido feito. O estudo do francês foi usado pela comunidade contra o isolamento e como arma política em diversas ocasiões, e não só no Brasil.

“Depois que a informação falsa se espalhou e caiu na boca do povo, tivemos de lidar com uma situação delicada, tanto eu quanto minha equipe, durante o atendimento no hospital de campanha,” conta o especialista. “Muitas pessoas queriam de qualquer maneira, pacientes e familiares, que eu prescrevesse o kit covid”, acrescenta.

Imad compartilha como teve que, além da dificuldade de cuidar de pacientes com uma doença incurável, impedir que os pacientes sob o seu cuidado não recebessem nenhum destes remédios como tratamento, e se manter firme na decisão mesmo com uma forte pressão pública.

“Coisas das mais diversas aconteceram nesse período,” relembra. “Tivemos brigas da equipe com pessoas que queriam o tratamento precoce, visitantes levando o kit covid escondido para os internados, e houve até um protesto fora do hospital para que implementássemos os medicamentos no tratamento.”

Mesmo com ações por vezes hostis, para o médico a população não deve ser culpada. “Estamos falando de um momento de extremo medo e apreensão num âmbito mundial, lidando com uma doença devastadora. No final, a responsabilidade de acalmar as pessoas e fazer com que a informação correta chegue a elas é da política pública”, pontua o especialista.

Devido a falta de informação, e ainda a própria desinformação, o mito do tratamento precoce permanece até hoje, mesmo com a chegada da vacina. Imad destaca que esses remédios não são ineficazes sempre, como a hidroxicloroquina que é essencial no tratamento da lúpus. “Eles só são realmente vazios contra o coronavírus. Além de serem medicamentos de ação forte, que podem afetar o fígado e o coração, deixando sequelas desnecessárias.”

Mesmo com reações adversas, doutor Malek Imad conseguiu seguir com seu plano de tratamento baseado em dados científicos, assim como uma medicina humanizada. “Apesar das dificuldades, tenho muito orgulho de meu trabalho no hospital de campanha. Acredito que minha decisão ajudou muito a comunidade de que fiz parte durante aquele período, e reforço que no momento, a única via que temos contra a doença é a vacina,” finaliza.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

A bolha de Bolsonaro nos salvará

Muito se comenta sobre o discurso lunático proferido na Assembleia da ONU por Jair Bolsonaro. Vivendo em um mundo paralelo, quase esquizofrênico, ele mentiu, inventou, atacou e, acima de tudo, mostrou, mais uma vez, seu completo deslocamento da realidade.

Bolsonaro vive um uma bolha e nunca saiu dela. Catapultado ao poder em um momento de profunda insatisfação do país com seus governantes, como salvador da pátria, passou a agir sistematicamente como tal. E essa, felizmente, será sua perdição.

Além de nunca abandonar o palanque, Bolsonaro se revelou um refém e retroalimentador de fanáticos. Terraplanistas, negacionistas, conspiradores, adeptos da invasão da Terra por alienígenas para clonar o "Mito" etc estão entre seus principais apoiadores. E é para este e com este público que Bolsonaro dialoga.

Longe de parecer ruim, isso é um benefício de médio prazo para o país. Ao ignorar a realidade, a inflação, a destruição do meio ambiente, a fuga de capitais, meio milhão de mortos pela Covid-19 e apostar na invasão comunista e no plano chinês para dominar o mundo, Bolsonaro fica cada vez mais isolado sem ter plena noção disso. 

Vivendo eternamente em seu cercadinho, ele parece o rei nu. Aplaudido por todos sem ninguém com coragem para dizer que é motivo de chacota, ele acredita ser o próprio rei, talvez um deus. E seus apoiadores, que vivem igualmente em uma bolha contra a "grande mídia esquerdista e os esquerdopatas" também acreditam que representam alguma maioria.

Quando acordarem, felizmente, será tarde. Teremos um país quase destruído, mas recuperável.  

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Abraji inaugura curso aberto de checagem de fatos com apoio da Google News Initiative

A checagem de fatos será tema de curso on-line da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destinado a profissionais da imprensa e estudantes de comunicação. O programa de treinamento Monitoramento e Investigação de Conteúdos Digitais conta com apoio da Google News Initiative (GNI) , projeto do Google focado em fortalecer a imprensa nacional e desenvolver os veículos no ambiente digital. Inscrições podem ser feitas neste formulário .

As aulas serão disponibilizadas na plataforma de cursos da Abraji e ministradas por nomes importantes do jornalismo nacional, com experiência na verificação de dados e informações, a exemplo dos jornalistas Patrícia Campos Mello (Folha de S. Paulo), Daniel Bramatti (Estadão), Ana Carolina Moreno (TV Globo) e Sérgio Ludtke, editor do Comprova e coordenador do curso.

Ao todo, serão 22,5 horas de conteúdo, com interações assíncronas diárias de 1h30 por três semanas, no período de 5 a 23 de julho. Estão marcadas, ainda, cinco sessões virtuais ao vivo para o esclarecimento de dúvidas diretamente com os instrutores. A Abraji espera formar 5.000 alunos certificados.

Programação

O conteúdo programático está dividido em quatro blocos, Desinformação, Monitoramento,, Verificação e Narrativas. Entre os componentes curriculares estão O Cenário da desinformação no Brasil, a Desinformação e teorias conspiratórias, as Ferramentas de Monitoramento, a Verificação de Imagens e a Verificação de Vídeos.

Serão explorados também relatos de investigações sobre redes de disseminação de desinformação e violência digital contra jornalistas, o planejamento e o monitoramento de conteúdos nas plataformas digitais, a configuração da área de trabalho para investigações online, as técnicas para verificação com mapas, as mecânicas de georreferenciamento e outros assuntos.

A coordenação do curso fará três apresentações abertas de divulgação do programa para redações, profissionais e escolas de jornalismo, apresentando a estrutura do curso e a importância de se incorporar as técnicas de verificação e monitoramento na rotina diária das redações. As agendas ocorrerão nos dias 16, às 11h 23, às 14h .

O curso Monitoramento e Investigação de conteúdos digitais conta com o apoio da Google News Initiative, programa que desde o início da pandemia lançou programas e fundos de apoio a organizações de fact-checking pequenos e médios veículos jornalísticos no Brasil , e realizou a primeira edição do GNI Startup Lab , um programa inédito de aceleração de startups jornalísticas no Brasil.

Mais informações

Abraji - cursos@abraji.org.br

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Em vídeo de apelo por assinantes, Gazeta do Povo defende estar "do lado da maioria", contra ideias "profundamente equivocadas"

Neobolsonarista, Cristina Graeml defende radicalismo da Gazeta
Em vídeo melodramático publicado em seu canal no You Tube, o site Gazeta do Povo faz um apelo pela sobrevivência, implora por novos assinantes, ataca grupos progressistas e critica jornalistas de todo o Brasil. Apresentado pela neobolsonarista Cristina Graeml, ex-repórter da RPC/Globo, também colunista do site, o vídeo traz os depoimentos dos irmãos proprietários do veículo, Ana Amelia Filizola (diretora) e Guilherme Cunha Pereira (presidente executivo).

Em tom de apelo às "pessoas de bem", no vídeo, de 26 minutos e oito segundos, há posicionamentos como: "são muito poucos (jornalistas) que têm as convicções que me parecem ser as convicções de boa parte dos brasileiros", de Cunha Pereira, ao dizer que a maioria dos jornalistas vive em um mundo à parte. O argumento petulante e embasado, obviamente, apenas em opinião própria foi usado para defender a decisão da Gazeta de se alinhar ideologicamente ao bolsonarismo.

Cunha Pereira também afirma que, quem defende ideias "profundamente equivocadas" - mais uma vez, colocando sua opinião como verdade -, nem sempre são más pessoas, apenas ignorantes. "A Gazeta do Povo não quer julgar as intenções daqueles que defendem o que consideramos serem barbaridades". Isso mesmo, ao defender seu direito a ter um jornalismo tendencioso, contraditoriamente, os donos do site dizem que os que discordam de sua linha falam "barbaridades". 

"O respeito e a cordialidade são ingredientes essenciais do jornalismo e de todos aqueles que querem unir as pessoas em torno das boas causas e das boas ideias", continua Filizola. Foi ela quem assinou uma carta defendendo a permanência de Rodrigo Constantino na Gazeta, após ele dizer que, se sua filha fosse estuprada em "uma festinha com homens e bebidas" a colocaria de castigo e não denunciaria o agressor. 

A Gazeta, em uníssono com a trupe de Jair Bolsonaro e outros radicais, também ataca as universidades brasileiras e pensadores. "(...) algumas ideias que se tornaram comuns nas universidades, entre artistas e intelectuais e em muitos outros ambientes, (mostram) a força da crise de valores que afeta nossa sociedade", diz Graeml.

Após outros lugares-comuns, como a defesa da tradicional família brasileira, ausência do estado na vida do cidadão e a defesa da liberdade de expressão contra o politicamente correto, vieram os apelos. "Eu gosto de pensar que nossos leitores e assinantes são sempre nossos amigos", diz Filizola.

A Gazeta ainda mentiu ao afirmar que, o que chamam de milícia digital, especificamente o Sleeping Giants, seja anônimo. Afinal, todos sabem hoje, após publicação na imprensa nacional e revelação em seus próprios perfis, que "o grupo barulhento" e antidemocrático criticado pelo site nada mais é do que um casal de estudantes de Ponta Grossa, ali pertinho de Curitiba. O Sleeping Giants alerta empresas a deixar de anunciar em veículos que propagam ódio e fake news - como é o caso de Constantino na Gazeta.

(Em trecho inserido posteriormente à gravação dos depoimentos, Graeml, em off, ou seja, apenas áudio, admite que o grupo não é mais anônimo).

Os últimos sete minutos do vídeo são usados para apelar por assinantes, sob pena de se "calar a voz da Gazeta". Talvez, atribuindo-se uma importância maior do que a real: "você pode contribuir de uma maneira extraordinária para o bem do país", acredita Cunha Pereira. Vale lembrar que as dificuldades da Gazeta aumentaram justamente quando a direção decidiu abandonar a tradicional edição local impressa e apostar em um jornalismo ideológico nacional, claramente sem ter pernas para isso.

Com a palavra, o leitor.

P.S.

É importante deixar claro aqui ainda que, ao contrário do que diz a direção da Gazeta - não sua redação, que já se manifestou contrária à permanência de Constantino -, ninguém quer o fechamento do veículo. Seria até desumano pensar isso. O que se defende é que apenas um colunista misógino, que minimiza o racismo, que agride feministas chamando de "mocreias e vadias" deixe de ter espaço no site. 

Não minta, Gazeta.

Se você quiser assistir ao vídeo, basta clicar aqui.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Efeito Bolsonaro: Cartórios de Notas de GO registram crescimento de 61% em atos que comprovam fake news

Imagem: Freepik
Não é de hoje que a desinformação e a propagação de notícias falsas, as chamadas "fake news", tumultuam processos eleitorais no Brasil e no mundo. Documento hábil para a comprovação de crimes virtuais, como calúnia, injúria e difamação, a utilização da Ata Notarial, feita nos Cartórios de Notas do estado do Goiás para fazer prova sobre determinado fato ou situação, registrou crescimento de 61,3% na comparação entre o mês de outubro das eleições de 2020 e o pleito de outubro de 2016.

Dados coletados pelo Colégio Notarial do Brasil - Conselho Federal (CNB-CF), por meio da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), confirmam a tendência de aumento na procura por atas notariais feitas nos meses de outubro das últimas eleições pelas quais o País passou: nos anos de 2016, 2018 e 2020.

Na disputa estadual de 2016, o mês de outubro anotava 414 atas. Já na corrida presidencial em 2018, ano em que as "fake news" tiveram maior repercussão, o número de atas notariais teve um crescimento de 56,5%, passando para 648 documentos emitidos pelos Cartórios de Notas goianos. Seguindo a tendência de crescimento, mesmo em meio à pandemia, as atas notariais, agora também feitas de modo online pela plataforma e-Notariado, atingiram a marca de 668 atos.

"Cada vez mais procurada para garantir o respaldo jurídico e proteção aos cidadãos, a ata notarial é uma ferramenta segura de comprovar fatos presenciados ou verificados", explica o presidente do Colégio Notarial do Brasil - Seção Goiás, Alex Valadares Braga.

Regulamentada pelo artigo 384 do Código de Processo Civil (CPC), a ata notarial é um documento público que narra um ou mais fatos ou circunstâncias presenciadas pelo tabelião, com a finalidade de emprestar fé pública a determinado acontecimento, a fim de pré-constituir uma prova para ser utilizada em processos judiciais. Pode ser usada para comprovar a existência de um conteúdo publicado em site ou rede social, mensagem no celular ou qualquer outra situação.

Procedimento

Para solicitar o serviço, o interessado deve buscar um Cartório de Notas, de forma física ou pela plataforma e-Notariado (https://www.e-notariado.org.br), e solicitar que seja feita a verificação de uma determinada situação. No caso das "fake news", pode-se indicar que o tabelião registre o que vê em uma página específica da internet, aplicativo, telefone, redes sociais ou arquivo digital de mensagens.

O documento emitido pelo notário conterá informações básicas de criação do arquivo - data, hora e local -, o nome e a qualificação do solicitante, a narrativa dos fatos - podendo incluir declarações de testemunhas, fotos, vídeos e transcrições de áudios -, além da assinatura do tabelião junto ao visto do cartório.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Veja e Mainardi condenados por fake news

Mainardi condenado por fake news
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo publicou na última quinta-feira (03) uma decisão condenando a Abril Comunicações e o jornalista Diogo Mainardi a pagar uma indenização de R$ 70 mil ao ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Victor de Souza Martins, a sua esposa, Josenia Bourguignon Seabra, e a empresa Análise Consultoria e Desenvolvimento.

De acordo com o relatório, que contou com votos dos desembargadores Annibal de Rezende Lima (relator), Fabio Clem de Oliveira e Janete Vargas Simões, a condenação se deu por negligência do jornalista com notícias consideradas inverídicas. Na época, em 2009, Mainardi publicou uma série de fake news sobre uma pretensa pseudo operação da Polícia Federal (PF) contra supostos desvios de royalties da Petrobras, da qual Martins seria alvo.

“Não há nenhum documento oficial que revele a iminente deflagração, àquela época, da operação mencionada na matéria jornalística publicada pelos réus, ou, mesmo, que o autor Victor de Souza Martins teria sido investigado por suspeita de comandar esquema de corrupção na Petrobras, utilizando-se da estrutura e do comando da própria ANP”, revela o desembargador relator em seu voto.

Na ação, o advogado do ex-diretor da ANP, Guilherme Domingues de Oliveira, conseguiu provar as falsas acusações e a inexistência da suposta operação divulgada pelo veículo de comunicação.

“Não há indenização capaz de reparar crimes e ofensas contra a honra. O valor passa a ser mera compensação”, comentou Martins.

Link para acessar a decisão completa: https://issuu.com/c2press/docs/decis_o

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Bolsonarista, Gayer admite que mentiu, pede desculpas e afirma ser contra fake news

Após ameaça de processo por parte da campanha de Maguito Vilela (MDB) à prefeitura de Goiânia, o bolsonarista derrotado no primeiro turno, Gustavo Gayer (DC), admitiu que a lista de supostos secretários no possível governo do emedebista, divulgada por ele, não é verdadeira. Gayer foi alvo de duras críticas, inclusive de aliados, na sessão de hoje da Câmara de Goiânia.

Em novo vídeo divulgado em suas redes sociais, o extremista admitiu que mentiu. No primeiro pronunciamento, Gayer afirmou que havia recebido a lista de alguém "que trabalha na campanha de Maguito", em uma tentativa de dar veracidade à fake news. Agora, diz que o documento, que contem, inclusive, erros grosseiros de supostas indicações partidárias para o secretariado de pessoas que nem fazem parte mais do partido em questão, circulava há algum tempo em grupos de discussão. Admitiu que o levantamento era "tão absurdo" que não parecia ser verdade. Mesmo assim, divulgou o material, irresponsavelmente.

A lista, por exemplo (confira abaixo), traz como indicado à Secretaria de Assistência Social o recém eleito vereador Santana Gomes, do PRTB, como indicação do PDT. Já a vereadora eleita Aava Santiago (PSDB) assumiria, segundo Gayer, a Agência Municipal de Meio Ambiente. O bolsonarista só não sabia que, para isso, ela teria, por lei, que renunciar ao mandato recém-conquistado, o que soa completamente absurdo.

Com a repercussão do caso e as ameaças de ter que provar a mentira na Justiça, Gayer recuou. No vídeo, ele pede desculpas, caso as nomeações não se confirmem.

Bolsonarista derrotado à prefeitura de Goiânia vende a alma para adversário e espalha fake news com erro jurídico grosseiro

Quarto colocado na disputa pela prefeitura de Goiânia, com votação pífia, o ex-candidato Gustavo Gayer (DC) desceu ao último nível no segundo turno das eleições. Desesperado com a iminente vitória de Maguito Vilela (MDB) no domingo, Gayer, que já foi acusado de agredir enfermeiras em ato pró-Bolsonaro em Brasília, postou vídeo em suas mídias sociais divulgando uma fantasiosa lista de futuros secretários municipais. A estratégia é vincular a campanha do emedebista a petistas e candidatos "de esquerda".

Dessa maneira, Gayer pensa favorecer seu neoaliado Vanderlan Cardoso (PSD). Ao contrário de Vanderlan, que colocou sua tropa de choque para anunciar, estarrecedoramente, que Maguito estaria prestes a morrer - ou mesmo em coma, como um insignificante aliado disse hoje ao vivo na TV - e, portanto, os eleitores não deveriam votar no candidato líder das pesquisas, Gayer optou por inventar a lista de supostos futuros secretários e demais auxiliares.

A ignorância, falta de ética e má fé de Gayer são tão grandes que o bolsonarista listou, inclusive, uma vereadora eleita para o primeiro mandato para assumir uma agência municipal, o que, legalmente, a obrigaria a renunciar ao mandato recém-conquistado, o que revela o despropósito da fake news.

Ele mente também ao dizer que PT e PCdoB são coligados ao MDB, o que qualquer consulta ao TRE revela ser fake news. Gayer também afirma sujamente que Maquito "está em coma", contrariando todos os boletins médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, onde o candidato está internado.

Assista ao vídeo mentiroso.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Vídeo que circula na internet dizendo que medição de temperatura é prejudicial ao cérebro, é fake news, explica neurocirurgiã

A cada dia, uma nova surpresa oriunda da criativa e imbecil mentalidade bolsonarista ganha as mídias sociais. A mais nova delas é o suposto fator prejudicial de uma simples medição de temperatura. Isso mesmo, o termômetro sem contato físico utilizado justamente para reduzir as condições de contágio agora é o novo vilão do gado bozoasno.

Nos últimos dias está circulando na internet, um vídeo alegando que a medição de temperatura feita na testa é prejudicial à glândula pineal do cérebro, afirmando que um raio infravermelho atinge a glândula causando graves consequências.

A neurocirurgiã, Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC), alerta que o vídeo trata-se de uma fake news.

“Os termômetros infravermelhos, que se tornaram populares nos últimos meses, em decorrência do novo Coronavírus, não emitem energia, eles a captam. Eles fazem a medição ao captar a radiação infravermelha emitida pelo próprio corpo humano”, explica a médica.

A especialista ainda ressalta que todo corpo emite radiação eletromagnética. A intensidade da radiação emitida está relacionada à temperatura do corpo. “O termômetro de infravermelho mede a intensidade da radiação de infravermelho emitida pela superfície de um corpo para inferir sobre a temperatura desse. Desta forma, não há prejuízo ao corpo humano”, explica Danielle.

A Vigilância Sanitária de Santa Catarina, em decorrência dos diversos vídeos que circulam na internet, emitiu uma nota explicando sobre o assunto. Além disso, o órgão ressalta que os termômetros infravermelhos, no Brasil, necessitam de certificação do INMETRO e registro junto a ANVISA, antes da sua comercialização. Não havendo nenhuma evidência científica de que o termômetro infravermelho cause qualquer problema intracraniano.

“O uso dos termômetros infravermelhos são seguros para todos, e, são a melhor opção para verificação da temperatura corporal em massa, em decorrência da pandemia causada pelo novo Coronavírus, pois evita o contato de quem está sendo avaliado com o aparelho”, observa a médica.

Glândula pineal

 A glândula pinealé uma pequena glândula endócrina no cérebro dos vertebrados. A glândula pineal produz melatonina, um hormônio derivado da serotonina que modula os padrões de sono nos ciclos circadianos e sazonais, e está localizada na parte posterior do cérebro. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Vakinha financia, de novo, grupo de terrorismo virtual bolsonarista

Depois de ajudar a financiar grupo armado bolsonarista - que acabou com sua turma presa e fichada na polícia -, o site de financiamento coletivo Vakinha voltou a permitir que atos de terrorismo virtual venham a ser financiados com recursos obtidos pela plataforma, mesmo tendo sido avisada. A revelação é de Leandro Demori, editor executivo do The Intercept Brasil. Segue a newsletter enviada por ele:


Talvez a maioria de vocês nunca tenha ouvido falar em Qanon (pronuncia-se “kiu anon”).

Explico brevemente: Qanon é uma teoria da conspiração que apareceu em 2017 em um fórum de internet. Ela foi postada por um usuário chamado apenas “Q”. A referência à letra seria porque esse usuário anônimo (e daí vem o “anon” do nome) teria acesso privilegiado a informações de segurança nacional por meio do Q Clearance Patriot, um grau de hierarquia que permite acessar os mais altos segredos do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América – que cuida, entre outras coisas, de parte do programa nuclear americano.

No fórum, Qanon declarou basicamente que Donald Trump descobriu um plano secreto de dominação mundial que envolveria gente como Obama, os Clintons e George Soros, artistas de Hollywood, jornalistas, banqueiros e políticos do mundo todo que estariam interessados em suplantar os governos nacionais e controlar a humanidade. Essa gente toda, também, faria parte de uma seita mundial que praticaria o satanismo e a pedofilia.

Eu sei que vocês estão achando isso uma loucura (e é) mas também podem estar cometendo o erro fundamental que espertalhões esperam que vocês cometam: parar de ler este texto e ignorar isso tudo como sendo ‘coisa de doido’. É aqui que a gente morre.

Essa teoria não é só coisa de doido. Ela tem efeitos práticos nefastos na vida pública e – é sobre isso que eu quero falar – chegou com força no Brasil. Quer ver?

No domingo passado eu falei sobre Qanon nas minhas redes, em como a pedofilia estava sendo usada como arma de destruição de reputações e mostrando que os perfis na internet que espalhavam isso faziam também – e aqui vocês fazem cara de espanto como se não soubessem o que vou escrever em seguida – propaganda para Jair Bolsonaro. Nos dias seguintes, Xuxa, Luciano Huck e Felipe Neto foram chamados de pedófilos pelas hordas criminosas da extrema-direita brasileira. Não por acaso, todos, cada um a seu modo, haviam se posicionado contra Bolsonaro. Na sequência, foram imediatamente acusados sem provas.

Eu recebi pelo zap, por exemplo, um trecho do vídeo erótico da Xuxa, aquele filme dos anos 80 (um filme de ficção, pra deixar bem claro). Perguntei para o meu contato o que era aquilo. Ele me disse apenas que era um vídeo "atual" (mentira) e logo desandou a falar sobre pedofilia e esquerda. Na mesma semana, um perfil com milhares de seguidores no Twitter e que administra um grupo de Telegram com quase 40 mil pessoas (não darei o link) afirmou o seguinte:

“🇧🇷 STORM BRASIL...!!!!

A HORA DE VCS ESTÁ CHEGANDO!!!

O Min.@AmendoncaMJSP entra em ação contra PEDOFILIA!

A SEOPI (sec. operações integradas) já tem os nomes de mais de 500 investigados, inclusive ex direitos humanos e atuais membros da ONU aqui no Brasil. A Min. @DamaresAlves está dando todo o suporte nas investigações e atuando em Brasília.”

O link da tal investigação contra pedófilos levava a uma notícia que nada tinha a ver com o tema: tratava de um aparato de espionagem com andar, falar e feder de clandestino, montado por ninguém menos que o Ministério da Justiça. Para além do escândalo dessa montagem de dossiês contra militantes antifascistas (o Ministério da Justiça admitiu que monitorou servidores contrários ao governo e o MPF pediu explicações sobre essa aberração), não há uma linha sequer sobre pedofilia na notícia. Em apenas um tuíte, essa conta acusou mais de 500 pessoas de fazerem parte de um grupo de pedófilos sem nenhuma prova.

Até agora, os ministros André Mendonça e Damares Alves deixaram que isso prosperasse sem desmentir o tuiteiro e as milhares de pessoas que espalharam isso pela internet. É preciso que o MP investigue o espelhamento do Qanon no Brasil, inclusive dentro desses ministérios.

Com a ajuda dos nossos seguidores, eu consegui derrubar o financiamento coletivo que rendia R$ 6,5 mil por mês ao dono da conta no Twitter responsável por espalhar a mentira. A maquininha de fazer dinheiro estava hospedada na plataforma Apoia-se. Sabem o tuiteiro fez? Migrou pro nosso já conhecido – pelos piores motivos – Vakinha!

Eu alertei publicamente o Vakinha na quinta-feira, dia 30, quando a arrecadação de dinheiro estava no começo. Até o fechamento dessa newsletter, ontem no fim da tarde, o Vakinha mantinha o financiamento no ar. Graças ao suporte tecnológico oferecido pela empresa brasileira, essa pessoa  (ou pessoas…) já havia faturado R$ 5.224,28 para continuar associando pessoas à pedofilia sem provas e espalhando mentiras para destruir reputações. Um escândalo.

Então vocês já sabem o que podemos fazer juntos: expor publicamente o Vakinha.

- no Twitter (clicando aqui)
- no Facebook (clicando aqui)
- No Reclame Aqui (clicando aqui)

Nós já fizemos isso antes e deu certo.

Vamos de novo?

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Marcas retiram anúncios do Facebook em protesto contra discurso de ódio

Grandes marcas internacionais estão retirando seus anúncios do Facebook e do Instagram em protesto à inércia das plataformas em relação aos discursos de ódio postados em suas redes - e ao enorme lucro proporcionado a elas com a veiculação dos anúncios.

A mais recente é a gigante norte-americana das telecomunicações Verizon, que se juntou ao boicote pelo menos até o final de julho. "Temos políticas de conteúdos muito estritas, e tolerância zero para quando elas são violadas. Estamos suspendendo a nossa publicidade até que o Facebook consiga criar uma solução aceitável que nos deixe confortáveis e que seja consistente com o que fizemos com o YouTube e outros parceiros", declarou o administrador da Verizon, John Nitti, ao Financial Times. 

A empresa gastou 850 mil dólares em anúncios no Facebook apenas nas três primeiras semanas de junho. A decisão de suspender a campanha aconteceu depois de a Verizon ter sido denunciada por um anúncio seu no Facebook ter aparecido num vídeo que promovia discursos de ódio e mensagens anti-semitas.

“Vamos suspender todos os anúncios no Facebook e Instagram, até ao final de julho, aguardando-se uma ação significativa da parte da gigante rede social”, anunciou, igualmente, “com orgulho”, a marca desportiva californiana Patagonia. Outras duas marcas internacionais, a REI, também de vestuário desportivo, e a Upwork, plataforma de recrutamento, a Talkspace, app ligada à saúde mental, e a Braze, empresa de softwarw, também já aderiram ao apelo #StopHateForProfit.

De acordo com o "Financial Times", a marca de sorvetes Ben & Jerry's e a agência Goodby Silvestein juntaram-se igualmente ao movimento contra os discursos de ódio.

Carolyn Everson, vice-presidente do Facebook responsável pelos negócios globais, já reagiu na CNN. Disse que respeita a decisão de qualquer marca, embora avance que a rede social está focada “no importante trabalho de remover discursos de ódio e de disponibilizar informação critica sobre votações”. 

As informações são do jornal Português Expresso.

No Brasil, a chegada do grupo ativista Sleeping Giants, que também denuncia anúncios em sites e postagens que disseminam fake news ou discursos de ódio, também tem dado muita dor de cabeça às grandes empresas e muitas delas já reagiram contra a vinculação das marcas a este tema. 

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Após Lacombe convidar disseminador de fake news, Band tira apresentador do ar e reprisa programa

Não é segredo que o apresentador Luís Ernesto Lacombe é o atual queridinho dos bolsonaristas radicais - com perdão do pleonasmo. Ele é retratado como herói nas redes e grupos extremistas de apoio a Bolsonaro. Mas Lacombe passou dos limites, segundo a direção da Band, ao convidar para seu programa um dos maiores disseminadores de fake news do país e investigado por crime pela Polícia Federal, Allan dos Santos, criador do site Terça Livre.

Santos, detido pela PF para prestar depoimento e vítima de busca e apreensão, foi um dos convidados do programa Aqui na Band, apresentado por Lacombe e Nathália Batista, para discutir conservadorismo na última terça-feira. 

Como é comum nesses casos, os robôs a serviço de Bolsonaro colocaram a atração em primeiro lugar nos trending topics do Twiter e o link do programa foi exaustivamente compartilhado. A direção da Band não gostou. Nesta quinta-feira, o programa passou a ser reprisado e Lacombe e Nathália foram afastados, assim como o marido dela e diretor do Aqui na Band, Vildomar Batista. Todos devem ser demitidos.

Vale lembrar que Allan dos Santos gravou um recente vídeo dançando e ironizando as mortes por Covid-19 no Brasil. "Coronavírus, aí, centro de coronavírus", disse. Na mesma ocasião,  Italo Lorenzon, sócio de Santos, completou com "corona é o caralho". Lorenzon perdeu um parente para a Covid-19.


O Aqui na Band será reprisado até a definição de novo formato e novos apresentadores. As informações são do UOL.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Covid-19: fake news podem colocar em risco a vida de asmáticos

Ronaldo Macedo: tratamento não deve ser interrompido
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) uma avalanche de fake news sobre o tema tem inundado a internet, muitos delas confundem as pessoas e podem até colocar em risco suas vidas. Nas últimas semanas, boatos que circulam pela internet têm alarmado pacientes com asma.

“Cerca de 40% dos pacientes com asma que tenho atendido nos últimos dias chegam querendo saber se, por causa da pandemia do covid-19, elas devem parar com suas medicações”, destaca pneumologista Ronaldo Macedo, que trabalha no Hospital de Clínicas da Unicamp há quase 10 anos, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas /Intersticiais.

Isso se deve ao fato de circularem pela internet e pelas redes sociais várias informações que afirmam, por exemplo, que o uso de corticoide inalatório (popularmente conhecido como bombinha para asma) deve ser interrompido, como uma forma de reduzir os riscos de contaminação pelo covid-19.  E há até fake news que dão conta de que as pessoas com asma são imunes ao novo coronavírus!

“Essas informações não fazem sentido. Os pacientes asmáticos devem continuar seus tratamentos, para que seu quadro não se agrave e eles não tenham inclusive que ser internados, o que, no cenário atual, representa maior risco de contaminação pelo covid-19”, alerta Macedo, que é pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

“As medicações para tratamento da asma nunca devem ser suspensas. Os pacientes asmáticos devem manter o plano de tratamento traçado junto com seu médico e, se houver dúvida, procurar orientação médica. Manter regras de distanciamento social e higiene de mãos é imprescindível, bem como as medidas habituais para esta época do ano, como hidratação e vacinação contra gripe (influenza)”, completa Macedo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Universidade do Sul da Califórnia emite nota rechaçando fake news de pesquisa eleitoral

A Universidade do Sul da Califórnia foi surpreendida com a notícia de que estaria envolvida em pesquisas de intenção de voto no Brasil. Isto não é verdade e se trata de fake news.

Segue abaixo uma declaração oficial da USC.

"Ao contrário do que está sendo afirmado em posts na internet, a University of Southern California não realizou pesquisa sobre as eleições no Brasil e repudia a tentativa de envolver o nome da universidade para espalhar notícias falsas no Brasil. Estamos investigando a origem do post para tomar as medidas cabíveis para prevenir a disseminação de fake news".

(*) Da assessoria

domingo, 16 de setembro de 2018

Padre Marcelo divulga vídeo desmentindo apoio a #elenão

As simulações de segundo turno que apontam derrota do Bolsomico, em todos os institutos de pesquisa, para todos os candidatos, exceto Fernando Haddad, com quem tem empate técnico, parece ter desesperado a jumentaiada.

Em um áudio de 16 minutos e 57 segundos de uma suposta pregação, um suposto padre Marcelo Rossi declara apoio e pede votos para o inominavel. Apesar de conter aberrações de raciocínio como "se vencerem, qualquer partido de esquerda vai implantar o comunismo no Brasil (?!)", a gravação é muito bem feita, com voz, trejeitos, interjeições que imitam com quase perfeição Marcelo Rossi. E, claro, com a limitação intelectual generalizada que é característica inerente aos apoiadores do Mico, enganou muita gente.

Não vou reproduzir aqui para não contribuir com a fake news. Mas, neste domingo, o verdadeiro padre Marcelo Rossi divulgou um vídeo desmentindo os bandidos e pedindo ajuda para compartilhar a informação.

Assista:


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Ministério da Saúde lança serviço de combate a Fake News pelo WhatsApp


Para combater as Fake News sobre saúde, o Ministério da Saúde abriu um novo canal de comunicação com a população. Qualquer cidadão brasileiro poderá adicionar gratuitamente no celular o WhatsApp do Ministério da Saúde — (61) 99289-4640. Ele servirá exclusivamente para verificar com os profissionais de saúde nas áreas técnicas da Pasta se um texto ou imagem que circula nas redes sociais é verdadeiro ou falso. Ou seja, é um canal exclusivo e oficial para desmascarar as notícias falsas e certificar as verdadeiras.

"As notícias falsas, ou Fake News como estão sendo mais conhecidas, são uma praga da modernidade. Vem sendo usadas de toda forma para manipular, enganar, iludir, prejudicar. No caso da saúde, é muito mais grave, porque a notícia falsa mata. Então, o novo canal do Ministério da Saúde chega para servir como uma nova e poderosa camada de segurança na informação sobre saúde pública, com a vantagem de ter sido criada especificamente para o WhatsApp, que é o principal veículo de transmissão das notícias falsas”, explica o diretor de Comunicação Social do Ministério da Saúde, Ugo Braga.

O projeto “Saúde Sem Fake News” é organizado pela equipe multimídia da Pasta. A partir dos recebimentos das mensagens, o conteúdo será apurado junto às áreas técnicas do órgão e devolvido ao cidadão com um carimbo que informa se é Fake News ou não. Dessa maneira, será possível compartilhar a informação de forma segura. As notícias analisadas pela equipe também estarão disponíveis no Portal Saúde no endereço saude.gov.br/fakenews e nos perfis do Ministério da Saúde nas redes sociais.

(*) Com informações de Gabriela Rocha, da Agência Saúde