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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Cresce 233% busca pelo termo "fascismo" na internet; "Antifa" aumenta 2.160%

No final de maio e começo de junho, os Estados Unidos fora, palco de um movimento contra a violência policial e o racismo, desencadeado pela morte de George Floyd. Em seguida, #blacklivesmatter foi aderido por vários outros países, inclusive o Brasil, impulsionado pela morte do pequeno Miguel, de cinco anos, em Recife. Protestos antirracistas e antifascistas se espalharam pelas ruas e redes sociais, e o assunto se tornou bastante discutido. Pensando nisso, a SEMrush, especializada em marketing digital, fez um levantamento sobre o quanto esses termos e assuntos são pesquisados na internet antes e depois do ocorrido.

O termo fascismo, por exemplo, cresceu 233% entre abril e maio, de 165 mil para 550 mil buscas. A taxa de aumento foi a mesma para a pergunta "o que é fascismo" no período, que foi de 27,1 mil para 90,5 mil. O Antifa, antes pouco conhecido e pesquisado, apenas 7,3 mil vezes na média mensal dos últimos 12 meses, teve 165 mil buscas em maio, evolução de impressionantes 2160%.

Já racismo teve um aumento de 82%, (de 74 mil para 135 mil) entre abril e maio. Este assunto foi bastante comentado nos últimos 12 meses, com média de 100 mil pesquisas. Além disso, o maior pico no período foi em novembro de 2019, mês da consciência negra, quando a palavra foi procurada 246 mil vezes. A pergunta "o que é racismo" teve um aumento mais tímido, mas ainda relevante, de 21%.

Xenofobia passou por um processo inesperado, tendo uma queda nas pesquisas entre janeiro e março de 2020, meses nos quais o coronavírus ainda estava com focos na China e Europa. De 135 mil procuras por mês, o período teve 74, 60 e 110 mil buscas, respectivamente, antes de voltar à média. Esse intervalo foi marcado por denúncias de racismo e xenofobia com cidadãos asiáticos nos países europeus por conta da doença. Depois de março, porém, a pergunta "o que é xenofobia" passou a ser mais procurada, chegando a ter 123% mais buscas em maio.

Machismo e violência contra a mulher

Março foi marcado como o mês da mulher e também o início da quarentena. Na época, muitas notícias sobre o aumento da violência doméstica foram publicadas e o assunto teve bastante repercussão. Não à toa, as pesquisas pela palavra machismo passou da média de 44 mil desde maio do ano passado até janeiro deste ano, para 74 mil em fevereiro e 90,5 mil em março. Feminicídio passou de 22 mil procuras em fevereiro para 49,5 mil no mês seguinte. Porém, abril já mostra a queda de volta à média normal, com 60 mil e 18 mil buscas pelos termos, respectivamente.

Já o termo violência doméstica teve um crescimento de 82% entre fevereiro e março (27,1 a 49,5 mil). Diferente dos anteriores, abril manteve as 40 mil pesquisas e maio atingiu 60,5 mil .

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Deputado quer transformar protestos contra Bolsonaro em atos terroristas

Proposto pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o projeto de lei 3019/2020 altera a lei antiterrorismo (13.260/2016) para incluir os grupos que se autointitulam antifascistas como organizações terroristas. Os antifascistas, representados pelo grupo Antifa, lideram as manifestações contra as atrocidades bolsonaristas em vários estados do país.

As ruas, até então ocupadas por defensores do fim da democracia e volta da ditadura, que minimizam a pandemia do coronavírus, agora passam a receber também brasileiros contrários a Bolsonaro.

A Câmara Federal abriu consulta pública sobre o projeto, que até o momento tem a rejeição da sociedade brasileira, mas a votação ainda está aberta.


A ação de Silveira surge no momento em que mais de 70% dos brasileiros se vêem perplexos com as atitudes presidenciais, como as ironias em torno das mortes de mais de 30 mil brasileiros por covid-19, as ameaças às instituições democráticas e até mesmo pelas compras suspeitas, de equipamento eletrônicos, realizadas com o cartão corporativo de Jair Bolsonaro.

A tentativa dos bolsonaristas de calar as críticas e de esconder as irregularidades do governo, longe de passar pelas ações democráticas, se dá por meio de truculência e ameaças, atitudes observadas desde a campanha eleitoral.

Dificilmente o projeto vai prosperar, já que as sólidas instituições democráticas do país resistem constitucionalmente, porém, se você quiser votar contra essa arbitrariedade, basta acessar este link.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Entidades de todos os campos ideológicos repudiam declarações nazistas do governo Bolsonaro

O secretário fã de Goebbels e o Messias
"O Pacto pela Democracia repudia com veemência o pronunciamento do Secretário Especial da Cultura Roberto Alvim, que divulgou ontem (16) vídeo institucional parafraseando trechos do discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.

Para defender um projeto de cultura ultranacionalista, Alvim toma como inspiração expressões e estética usadas por um dos idealizadores do nazismo e figura reconhecidamente antissemita. Seu discurso é ultrajante à memória de milhões de vítimas que foram perseguidas e exterminadas pelo nazismo. Nenhum regime democrático deve admitir referências e apologias a um dos períodos mais sombrios da história.

A reação da sociedade em repúdio ao pronunciamento foi contundente. Organizações da comunidade judaica como a Confederação Israelita do Brasil, a Federação Israelita do Estado de São Paulo e o coletivo Judeus pela Democracia se manifestaram. Na esfera política, os presidentes da Câmara e do Senado pediram a demissão do Secretário, bem como a OAB Nacional. Os presidentes do STF e da PGR também repudiaram publicamente. Diversas organizações da rede do Pacto também expressaram seu repúdio, entre elas AcreditoConectas Direitos HumanosRenovaBRMovimento AGORA! e  Livres.

Após a onda de protestos e manifestações de repúdio, Roberto Alvim foi demitido. Contudo, é importante destacar que não se trata apenas de um posicionamento individual do secretário, mas sim de uma peça de comunicação institucional do governo federal, produzido e aprovado pelo aparelho de Estado brasileiro. Tem se mostrado recorrente, por parte de agentes de alto escalão do governo, declarações celebrando e homenageando torturadores, violadores dos direitos humanos e regimes autoritários. Tais declarações foram sistematizadas na Retrospectiva 2019: Democracia no Brasil.

Assim, não basta que o Secretário Especial de Cultura seja demitido. É fundamental que o corpo de ministros e secretários seja escolhido tendo como princípio basilar o compromisso com a democracia brasileira."

Subscrevem esta nota as seguintes organizações:
  • Abong - Associação Brasileira de ONGs
  • Agora!
  • Atados
  • Casa Fluminense
  • CDPP - Centro de Debate de Políticas Públicas
  • CECIP - Centro de Criação de Imagem Popular
  • CEDAPS - Centro de Promoção da Saúde
  • CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária
  • Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileiro - CENARAB
  • Clímax Brasil
  • Conectas Direitos Humanos
  • Congresso em Foco
  • Delibera Brasil
  • Engajamundo
  • Frente Favela Brasil
  • Fórum Brasileiro de Economia Solidária
  • Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
  • FOAESP- Fórum das ONGs/AIDS do Estado de São Paulo
  • Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero
  • Goianas na Urna
  • Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030 - GTSC-A2030
  • Instituto Igarapé
  • IDS - Instituto Democracia e Sustentabilidade
  • Instituto Physis - Cultura & Ambiente
  • Instituto Update
  • Inesc - Instituto de Estudos Socioeconômicos
  • Instituto Braudel de Economia Mundial
  • Instituto Cidade Democrática
  • Instituto Ethos
  • Instituto Vladimir Herzog
  • Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
  • Judeus pela Democracia
  • Livres
  • Mapa Educação
  • Nossas
  • Pulso Público
  • Rede Justiça Criminal
  • Transparência Brasil
  • Transparência Capixaba

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Participação de Bolsonaro na festa do título do Palmeiras provoca enxurrada de críticas à diretoria

A infeliz ideia do presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, de convidar Jair Bolsonaro, que acabou com o Ministério do Esporte, para participar da entrega da taça de decacampeão brasileiro ao Palmeiras provocou uma enxurrada de críticas de torcedores nas redes sociais. O Bozo, que também é "torcedor" de outros times, claro, adorou a ideia de tirar uma casquinha do título. Mas a atitude de Galiotte foi muito mal vista pela torcida. Nas redes sociais, apesar de alguns poucos elogios, o presidente do Palmeiras perdeu o jogo. 

"Hoje eu senti vergonha. Ganhando um título, comemorando uma conquista, tendo o melhor time do país... e senti vergonha., escreveu um torcedor. "E não é só por abominar a pessoa que lá estava entregando as medalhas. Mas porque essa pessoa flerta com o fim do ministério dos esportes. Ué. E está em um dos maiores eventos esportivos do país? Mas em uma final de um campeonato de futebol que não depende nada de financiamento público é fácil garantir sorriso. Palmeiras, eu te amo. E hoje, pela primeira vez na minha vida, você me deu vergonha.", complementou.

"Parabéns aos envolvidos que convidaram o coiso para o jogo da taça. Estão jogando nossa história e nossos valores na lata do lixo.", escreveu outro, na FanPage oficial do clube.


Outros torcedores lembraram que o Palmeiras foi fundado justamente por imigrantes italianos que fugiam do fascismo: "Deixando de seguir a page por não concordar com a relação de proximidade com o presidente eleito o S.E palmeiras foi fundado por imigrantes que fugiam do fascismo, o que vai contra as falas e ações da atual gestão federal".

"Venho por meio deste demonstrar o meu total repúdio ao convite do clube do clube feito para um ser racista, FASCISTA, machista e misógino que não representa a nação palmeirense.

A história do Palestra Itália foi afetada diretamente pelo FASCISMO de Mussolini, logo é inconcebível que uma sociedade esportiva tenha essa postura.


Com certeza vocês decepcionarão muitos torcedores, como me decepcionou na manhã desta terça-feria quando li a noticia.

Saudações de um palestrino.", ressaltou mais um indignado.