"Se você, um jornalista competente e honesto, diz não a um convite para
ser chefe, pode acreditar que um filho da puta vai ocupar o cargo". A frase não é dele, mas foi o aviso que o convenceu a aceitar o primeiro cargo de chefe de redação. Moacir Japiassu, um dos mais ácidos - e bem-humorados - críticos da imprensa brasileira morreu ontem, por consequência de um AVC.
Segundo informa o Comunique-se, onde Japiassu assinava a coluna Jornal da ImprenÇa, "Moacir Japiassu, de 73 anos, morreu na manhã desta quarta-feira, 4, em
decorrência do Acidente Vascular Cerebral que sofreu no dia 12 de
setembro, enquanto estava no sítio em que vivia com a mulher, Marcia
Lobo, em Cunha (SP). Devido à gravidade do AVC, ele estava internado na
Santa Casa de Guaratinguetá, também no interior paulista.".
Depois de passar por alguns dos principais veículos do país, Japiassu era colunista do Comunique-se havia 12 anos.
"Responsabilidade como chefe de colegas de redação,
entretanto, foi algo com o qual Japi chegou a lutar contra, conforme
confidenciou na entrevista concedida ao próprio Portal Comunique-se em
abril de 2012. As competências e o jeito de ser, praticamente o
obrigaram a aceitar o primeiro cargo de liderança. “Em 1967, José Itamar
de Freitas me convidou para ser o chefe de redação de uma revista que
era ainda um projeto, a Enciclopédia Bloch; tentei tirar o corpo fora,
mas ele me disse algo que mudou minha vida daí em diante: ‘se você, um
jornalista competente e honesto, diz não a um convite para ser chefe,
pode acreditar que um filho da puta vai ocupar o cargo’. A vida me
provou a verdade de tal assertiva...”, disse à época."
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