Apenas a Clinipam se negou a fornecer os dados sobre partos realizados em Curitiba ao projeto do site Nascer Bem (www.nascerbem.redeteia.com), desenvolvido pelos estudantes de jornalismo da Universidade Positivo. O site, publicado em outubro, permite a consulta da porcentagem de cesáreas e partos normais realizados por obstetras na capital paranaense tanto na rede pública como pelos planos de saúde, e já recebeu 40 mil visitas.
O projeto é coordenado pela professora Rosiane Correia de Freitas e teve início a partir da constatação dos estudantes sobre a dificuldade de se obter acesso a essas informações. "Jornalismo é
mais do que repassar informações ao público. É nosso dever facilitar o
acesso de dados cruciais como esses para que a população possa tomar
decisões com embasamento", explica Rosiane. Os estudos chegaram ao
índice de 84% de cirurgias cesáreas realizadas na saúde privada do
Paraná em 2014. No entanto, o recomendado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) é de no máximo 15%.
A Resolução Normativa da n° 368 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em vigor desde julho,
garante o direito de acesso à informação sobre os percentuais de cirurgias
cesáreas e partos normais dos estabelecimentos credenciados e médicos
cooperados das operadoras de saúde. Os estudantes analisaram dados de partos em Curitiba realizados pela
Unimed - que agrega 32% do mercado com mais de 1 milhão de usuários de
planos de saúde - pela Amil (13% do mercado), pelo ICS, o Instituto
Curitiba de Saúde (6%), e pela Sul América (2%). Foram solicitados também
os dados da Clinipam (11%), que se negou a fornecê-los - muito embora a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tenha tornado obrigatória
a divulgação dessas informações.
Ao todo, foram consultadas operadoras privadas que correspondem a
53% do mercado curitibano e agregam um total de 490 obstetras - dos
quais apenas 12 (2%) fizeram mais de 60% de partos normais. Os dados
públicos do SUS no Paraná também foram apurados, e apontaram que foram
realizados, ano passado, 92.987 partos, dos quais 52,19% normais,
39,26% cesarianas, 4,26% cesáreas em gestação de alto risco, 2,81%
partos normais em gestação de alto risco e 1,48% cesáreas com
laqueadura.
Os dados de 600 médicos de Curitiba estão disponíveis em: www.nascerbem.redeteia.com.
(*) Com informações da assessoria de imprensa da UP