A sétima
rodada da pesquisa Genial/Quaest mostra
que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro consolidou o seu lugar como o
terceiro candidato na disputa presidencial de 2022. Embora
seus índices estejam bem atrás
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, com 46%, e do presidente Jair Bolsonaro, com 24%, Moro se
isolou dos adversários mais diretos pelo
terceiro lugar. O ex-juiz tem 11% das preferências
no cenário com Lula, Bolsonaro e com o
ex-governador do Ceará Ciro Gomes; e
10% no cenário mais completo: Ciro tem 5%,
o governador João Doria (SP) tem 2% e o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco, 1%. A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de
dezembro com 2.037 entrevistas presenciais em todos o Brasil.
Os
recortes da pesquisa mostram que Moro está tomando
espaço de
Bolsonaro e Ciro. Quando ele é retirado
da disputa, quem mais ganha é Bolsonaro.
Também na simulação
de segundo turno há um sinal positivo
para Moro: ele perde para Lula de 53% a 29%, mas em outubro a
diferença era de 35 pontos percentuais.
“Moro
está vagarosamente ocupando um espaço
de quem é nem
Lula, nem Bolsonaro”, diz Felipe Nunes,
diretor da Quaest. “Mas ele precisa
modular o discurso. A rejeição é muita
alta, só abaixo
da de Bolsonaro: 61% das pessoas que conhecem o ex-juiz dizem que não
votariam nele”.
Se
a eleição fosse hoje, Bolsonaro perderia para Lula, Moro ou Ciro.
Contra o ex-juiz, o placar seria de 34% a 31% para Moro. Contra o
ex-governador do Ceará, 39% a 34% para
Ciro. E, contra Lula, o atual presidente perderia de 55% a 31%. Como
na pesquisa passada, Lula venceria em todos os cenários
de segundo turno e manteve a possibilidade levar a eleição
já no primeiro turno, com 52% dos votos
válidos.
De
modo geral, Bolsonaro parece ter estancado a má avaliação
de seu governo. Em novembro, 56% dos entrevistados avaliavam
negativamente o governo. Em dezembro, esse número é de
50%. A avaliação negativa caiu em todas as regiões do país,
exceto o Nordeste; em todas as faixas de renda ou de escolaridade; e
entre homens e mulheres.
Em
contrapartida, quando perguntados sobre a atuação do governo em
diversas frentes – como o
combate à corrupção
e à Covid-19 – os
brasileiros se mostram descontentes. Para 47%, a avaliação é negativa
na luta contra o coronavírus; 48%
consideram negativa a atuação contra a corrupção; e 70% acham
negativa a ação do governo contra a inflação. Geração de
empregos (51%), combate às
queimadas na Amazônia (51%) e combate à
violência (50%) também
foram mencionados de forma negativa.