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PSDB: de aliado a "pilantra" (Imagem: revista piauí) |
Durou pouco a lua de mel entre o autointitulado Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que tem entre seus líderes um
campeão em fraudes comerciais, e os partidos políticos que
ajudaram, inclusive financeiramente, com a campanha pela deposição da presidente Dilma Rousseff no ano passado. O descolamento dos ex-amigos já é sabido por quem acompanha de perto a "nova" forma de agir dos emebelinos, que passaram a
lotear cargos em governos das mais variadas extirpes políticas, como o PMDB de Iris Rezende, em Goiás, por exemplo.
O que não se sabia era do tom jocoso com que os meninos emebelinos, que vivem de doações de fãs - talvez isso seja a tão falada meritocracia -, se referem aos amigos. Mas o jornalista Bruno Abbud começou a derrubar a máscara dos bons mocinhos em uma excelente
reportagem publicada pela revista piauí, hospedada no portal da Folha de S.Paulo, portanto, nada de um "blog sujo de extrema esquerda", como os rapazotes do MBL costumam classificar quem denuncia suas contradições.
Abbud teve acesso a dois meses de conversas de um grupo de Whats App dos garotos, agora engravatados e com camisas de marca - dinheiro dos fãs? - tema para outra postagem.
Nesse período, não faltaram ironias, piadinhas, desrespeito e, por que não, ingratidão contra ex-aliados como Aécio Neves (PSDB), José Serra (PSDB), Michel Temer (PMDB) entre outros. Sobrou até para o governador do Paraná, o tucano Beto Richa:
“A ideia é deixar todo esse povo podre afundando com o psdb e trazer a
galera mais Jovem e liberal pro mbl”, respondeu Kim Kataguiri em 22 de
agosto a um participante temeroso de que o grupo se juntasse ao
tucanato. Outro líder do movimento, Alexandre Santos, emendou: “Mas não
estamos nos juntando ao PSDB. Muito menos ao Aecio, Beto Richa e
Alckmin.”
Em outro ataque aos ex-aliados, o líder emebelino, Kim Kataguiri dispara:
“Com os do PSDB temos preconceito, conceito e pós-conceito. São pilantras.”
Nas conversas, também ficou claro que ao MBL pouco importa a continuidade da corrupção no Brasil, desde que praticada por forças políticas que não sejam da esquerda. Quanto ao flagrante feito pela Polícia Federal com gravações e imagens que mostram o senador Aécio Neves (PSDB) achacando o empresário Joesley Batista e recebendo R$ 2 milhões, diz o grupelho:
"(Renan Santos) justificou o que
prenunciaria uma mão leve nas críticas públicas feitas pelo MBL ao
senador: 'Só não vamos alterar a configuração atual das forças políticas
nem fornecer uma narrativa que favoreça o ressurgimento da esquerda
enquanto isso. Essa é a tônica do que defendemos.'”
Os emebelinos não deixam dúvida, porém, que têm um único objetivo: eleger João Doria presidente:
“Com ou sem psdb. A aliança q pode lhe eleger está no pmdb dem
evangélicos agro e mbl. Nosso trabalho será o de unir essa turma num
projeto comum.” E completou, menos de meia hora mais tarde: “Espero, de
coração, q a tese q a gente defende (aliança entre setores modernos da
economia + agro + evangelicos) seja aplicada. É a melhor forma de termos
um pacto politico de centro-direita, q dialoga com o campo e com a
classe C.”